Cândido indica - 107 26/06/2020 - 12:54
Os livros comentados nesta seção estão disponíveis para empréstimo na Biblioteca Pública do Paraná. Todas as obras enviadas para a redação do Cândido são submetidas à avaliação e incorporadas ao acervo da BPP.
Filomena Firmeza
Patrick Modiano, Cosac Naify, 2014
Trad.: Flávia Varella
Neste livro do vencedor do Nobel de Literatura de 2014, a personagem que dá nome à obra vive em Paris com o pai, Georges. A mãe, uma bailarina norte-americana, está nos Estados Unidos e aguarda o reencontro com a família. Para suprir essa falta, talvez, Filomena se apega às aulas de balé às quintas-feiras e enxerga o mundo sob duas perspectivas — de óculos, quando confronta a realidade, e sem a clareza oferecida pelas lentes, imaginando como a vida poderia ser. Ilustrações do artista francês Sempé completam o trabalho.
Meninos Sem Matilha
Pedro Carrano, Kotter, 2019
Em seu segundo livro de contos, Pedro Carrano busca unir entretenimento e densidade. Em histórias breves, o autor recria o mundo por meio de personagens verossímeis e psicologicamente complexos. Para Ivan Justen Santana, a literatura de Carrano “é concentrada e concisa o suficiente para atingir e nutrir a inteligência de quem ainda não sucumbiu à superficialidade e aos déficits de atenção que atualmente se impõem”.
Os Cossacos
Liev Tolstói, Livros da Matriz, 2012
Trad.: Sonia Branco
Natureza e civilização são confrontadas nesta obra de um dos mais festejados escritores russos. Quem encabeça esse embate é o oficial do exército Dmítri Oliênin, um entediado morador da cidade que está partindo para a Guerra do Cáucaso — da qual Tolstói participou. Ao se hospedar em um vilarejo às margens de um rio, o protagonista se apaixona por Mariana e a história se desenvolve a partir de inúmeras reflexões existenciais — como o sentido da vida e a natureza da felicidade.
Paraná: Uma História
Diego Antonelli, Arte & Letra, 2016
Em uma série de reportagens, dividida em três partes, o autor busca produzir uma releitura dos principais acontecimentos, muitas vezes desconhecidos, que transformaram o estado no que conhecemos hoje — e mostra por que o Paraná é um espaço ainda em construção. Segundo Renato Carneiro Jr., historiador e ex-diretor do Museu Paranaense, “seus artigos vêm ao encontro de uma grande lacuna que existe quanto à historiografia paranaense”.